11 novembro 2008

Sheffield, marca-cidade

"A publicidade tradicional está morta. Vivemos na era da pós-publicidade, a era da narrativa, de histórias que as pessoas recordam" diz Brendan Moffett, director estratégico da divisão de promoção Creative Sheffield e que trabalha como director criativo e brand manager desta cidade inglesa. "A nossa estratégia de marketing para Sheffield está centrada no que chamamos aggregated distributed identity, criar uma marca de cidade baseada em conteúdo real em vez de logotipos banais e campanhas promocionais". De acordo com Moffett, é mais eficaz fomentar a notoriedade da cidade com elementos associados à cidade do que com a presença intrusiva de claims, logos ou fotos banais. Neste sentido, uma das primeiras criações visíveis foi a produção de um documentário sobre um concerto dos Artic Monkeys na sua Sheffield natal, que depois foi divulgado em cinemas e vendido em DVD. Tudo isto com a presença da marca-cidade reduzida aos créditos e à arte-final. Para breve prepara-se outra produção audiovisual com contribuições musicais de outros filhos-pródigos da cidade como Jarvis Cocker ou Richard Hawley.

Interessante ver como uma cidade que é considerada a capital do aço em Inglaterra vai à busca de turistas e notoriedade nacional e internacional através de uma utilização inteligente da sua riqueza cultural. Sheffield não tem praias com areia branca, não tem cascatas maravilhosas, nem sequer uma montanha para descer umas pistas em pleno Inverno. Se calhar mesmo que tivesse, seria inteligente explorar o que tem de único e não o que tem de comum - praias de areia branca, cascatas e montanhas há em muitos sítios mas só existe um Jarvis Cocker ou uns Arctic Monkeys, e estes são tamém produtos da cidade, produtos culturais e não naturais mas que são património que pode e deve ser explorado.

Para ver in loco um site "turístico" de uma cidade bem diferente:
http://www.creativesheffield.co.uk/

30 outubro 2008

Definições

Marketing – função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (AMA - American Marketing Association - Nova definição de 2005)

Cultura – Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identifica uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. (Wikipedia)

Marketing Cultural – Todas as acções de marketing que usam a cultura como veículo de comunicação para se difundir o nome, produto ou a imagem de uma empresa. Para se fazer marketing cultural não há uma fórmula perfeita (como não há para nenhum tipo de marketing…), porque há variáveis que, conforme combinadas, podem resultar numa excelente acção de marketing. O que manda é a criatividade para atingir o público-alvo de forma a atender os objectivos de comunicação da empresa com os recursos disponíveis. (www.marketingcultural.com.br)

Para primeiro post não podia ser mais teórico… Parece que não têm nada a ver mas podem perfeitamente viver juntos. Bem ou mal feito, o marketing é no mundo consumista em que vivemos a ciência mais universal. Todos podemos passar ao lado da teoria da relatividade ou do acelerador de partículas suíço mas é-nos impossível passar ao lado dos milhões de mensagens de novos produtos, de promoções, de packs familiares ou de preços baixos.
O problema é que a cultura tem em si uma sensibilidade particular que faz com que muitas vezes vê-la como produto que precisa de uma campanha de marketing como um detergente qualquer deixe muita gente com urticária…